Para crescer e construir identidades
O PADéCA – o Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Capacidade de Aprendizagem - é um método para aprender a aprender, concebido pelo Professor Doutor Jean-Berbaum da Universidade de Grenoble e cedido, pelo autor e investigador à Harpa - Associação Recriar Para Aprender.
Leonor Malik , fundadora da Harpa, foi orientada, durante o seu projeto de Investigação no âmbito das Ciências da Educação, pelo professor Jean-Berbaum e teve a oportunidade de aplicar e de concretizar a metodologia pedagógica do PADéCA (Aprender a Aprender) em escolas públicas do Concelho de Vila Franca de Xira, um processo de investigação que está descrito e pode ser conhecido com a leitura da sua tese que foi publicada em 2003 e cujos dados bibliográficos passo a citar: Malik, A. Leonor, Será a Escola Facilitadora de Aprendizagens? O Empenhamento na Aprendizagem no Ensino Secundário, ed. C. Gulbenkian, 2003
O Aprender a Aprender utiliza uma abordagem flexível, de natureza sócio-afectiva, procurando promover a confiança e o autoconhecimento ativo de cada aluno sobre a sua forma de aprender. Partindo do princípio de que somos todos diferentes, procura encontrar a forma de agir particular de cada aluno sem submetê-los à pressão de terem de aprender por meios massificados e impostos que lhes inflijam comportamentos padronizados e a obrigação de dar respostas dentro dos únicos tipos de inteligência a que o sistema dá efectiva preponderância: a linguística e a matemático-dedutiva.
«Os saberes escolares não transmitem a realidade. Devem sim contribir para desenvolver capacidades que permitam a revelação progressiva da realidade ao longo da vida» [L.Malik in Será a Aprendizagem facilitadora de Aprendizagens?]
O mais importante é estarmos cientes de que temos de despertar a curiosidade e a atitude de surpresa e espanto sobre o mundo circundante dos alunos; saber ensinar é fazer despertar o entusiasmo e estimular a vontade de aprender; é também dialogar, saber que os sonhos são para ser concretizados, que os ideais são para serem perseguidos e que a aprendizagem é um lugar de troca e de transformação.
É fundamental conhecer cada aluno, respeitá-lo e valorizá-lo, fomentando uma educação personalizada e ajudando-o a encontrar os seus meios e recursos internos pessoais de resposta, potencializando os seus talentos e ajudando-o a descobrir a sua forma natural de aprender: de assimilar, trabalhar a informação, de evocá-la, memorizá-la e de, por fim, expo-la enquanto já conhecimento seu, integrado, que poderá mobilizar.
Trabalhamos para formar personalidades confiantes e com auto-estima que possam, sem condicionantes ou imposições formativas, sem inibições ou preconceitos, e em liberdade, exprimir-se de acordo e em conformidade com o que sentem e o que são.
Procuramos ajudar a formar pessoas interventivas, em constante transformação e capazes de cultivar um mundo melhor, mais justo e generoso
Resgatando a confiança, e respeitando a criatividade e o poder imaginativo, encerrado no interior de cada aluno, podemos iniciar um percurso e trabalho orientado para o desenvolvimento da Motivação, Autonomia e para a Iniciativa em relação à aprendizagem: Querer aprender e saber aprender!
O aluno que é ajudado a identificar, reconhecer e desenvolver os seus talentos inatos, adquire ferramentas internas para lidar com as dificuldades, com a frustração e com a eventual diferença, com a qual poder-se-á confrontar, em face do contexto escolar massificado.
O
trabalho é construído em conjunto com os alunos a partir de
recursos e instrumentos de trabalho inerentes ao próprio PADéCA,
como é o caso das fichas de trabalho do PADéCA para orientação do
trabalho do professor e para o exercício do trabalho de autoconhecimento do
aluno. Todos os outros materiais serão fruto da própria criatividade e intruduzidos em consonância com as atividades co-sugeridas.
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O
PADéCA desenvolve o autoconhecimento, a autonomia, o espírito de
iniciativa, a imaginação, o trabalho pelo recurso à criatividade em paralelo com as formas de abordagem já
conhecidas e anteriormente adquiridas por cada aluno.
«O professor não deve estar tão preocupado em ministrar a sua cartilha de saberes, mas sim, sensibilizado para despertar a curiosidade dos seus alunos e para experienciar juntamente com eles os desafios a que cada realidade de aprendizagem os possa incitar. Gradualmente, no seu ritmos natural, a informação, vivida e sentida, transformar-se-á em conhecimento e o aluno transformar-se-á também, enriquecido por mais uma vivência de troca e de saber que naturalmente levará para a vida... o poder de se questionar, de fazer e de intervir»
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